O nosso concelho está dotado de dois centros de despistagem do Covid, um em Paços e agora outro em Freamunde. Uma opção estrutural que aponta para o aumento da necessidade de testar cada vez mais gente perante o “iceberg” escondido da pandemia e que agora é bastante mais evidente.
Só não vê quem não quer, não faltando agora vozes a exigir medidas mais restritivas à circulação de pessoas. E essas medidas vão ser anunciadas no sábado pelo Governo.
Importa sublinhar que não serão as medidas a resolver o problema quando se sabe, desde o início, que o verdadeiro combate se faz corpo a corpo contra o vítus. Isto é, a solução está na decisão individual de promover o distanciamento social, o uso de máscara e a lavagem frequente das mãos.
Todos sabemos isto desde Março! Agora que a onda se aproxima vemos que é gigante. E o exemplo concreto de vermos familiares, colegas e amigos infectados parece que nos predispõe a cumprir as normas cautelares indicadas pela DGS e OMS.
Talvez seja tarde, mas talvez também ainda possamos ir a tempo.
Esta calamidade de Saúde Pública devia levar-nos a reflectir porque demoramos tanto tempo a cumprir o dever cívico de protecção e distanciamento social. Habituados a que o “progresso” tudo resolva somos confrontados com uma coisa nova e que se pode repetir. Um vírus desconhecido alastra em todo o mundo e não se vê no horizonte um fim para o susto e a tristeza que nos invade.
Habituados que haja sempre alguém que resolva, agora somos confrontados com uma situação em que temos de ser nós a resolver.
Não vale a pena esperar que as autoridades, num golpe de magia, apresentem a solução. Não a têm. Nem lhes podemos pedir isso.
Talvez por isso devamos ter cuidado em opinar politicamente sobre o assunto. Até hoje a Rádio Freamunde sempre recusou tratar deste assunto pela via política ou partidária. Embora esperemos da classe política, legitimamente eleita, que se dedique – como se tem dedicado – a colocar à disposição da população os meios (necessários) possíveis para que todos juntos consigamos combater a besta do Covid. Todos somos necessários.