Assim, de facto, estamos em pleno século XXI, com evolução da ciência a vários níveis e como é que é possível ainda ninguém se ter lembrado de inventar uma pílula anti-decepcional?
Era tudo tão mais fácil. Não ter de lidar com as nossas emoções. E o mais espetacular é que dava para qualquer situação.
Senão, vejamos alguns exemplos práticos:
1.º Achava que tinha um amigo, que afinal se revelou um grande filha de uma senhora que, porventura, pratica atos sexuais remunerados? Toma uma pílula anti-decepcional que isso passa!
2.º Estava quase a ter uma promoção no trabalho, mas algum colega ficou com a sua promoção porque você não foi capaz de ser um lambe-botas como deve de ser? Toma uma pílula anti-decepcional!
3.º Aquele aumento de salário não aconteceu porque não atingiu os objetivos? Que se lixe! Toma um anti-decepcional e está tudo bem!
4º Descobriu que o seu filho não está no terceiro ano da faculdade? E vai uma pílula anti-decepcional pela goela!
5º Sobe na balança e descobre que engordou 20 quilos? Hello? Pílula anti-decepcional!
6.º Constata que, ao final de quatro anos, o seu político local afinal não era o que dizia ser, e que as atitudes não coincidem com os atos?
Aqui não existe pílula anti-decepcional que nos valha! O que vale mesmo é votar para mudar o que está errado. O que vale mesmo é ir votar!
As deceções acontecem. Fazem parte da vida. E acontecem porque o ser humano coloca amor nas relações. E as deceções acontecem porque, na equação da vida, existe sempre um grau maior ou menor de expectativa. Se o amor é muito grande, a expectativa é proporcional ao amor. Se nos dececionamos, será na medida exata do amor e da expectativa.
Esse tipo chamado “Amor”, que controla tudo, lixa-nos a vida.
Mas, eu percebo que esta pílula não seja inventada. Se fosse, o que seriam dos “Raules da minh’alma”, “Gustavos Santos” e “Pedros Chagas de Freitas” desta vida?
Isto deixaria de acontecer! Tomava-se uma pílula anti-decepcional e estávamos prontos para seguir o Mandamento da Lei de Deus que é nada mais nada menos do que Amar o Próximo…
Por Gabriela Torres