O POVO DA MINHA TERRA
Na minha terra ainda se ouve o sino a tocar pela manhãzinha, rompendo o silêncio pousado no ar, a convidar à reflexão matinal.
Na minha terra ainda se ouve o “canudo” a tocar pela manhãzinha estremecendo o sono deitado na sombra, a convidar ao caminhar prá vida.
E o povo da minha terra até sabe que, ao ouvir-se melhor, o canudo prenuncia chuva ou humidade.
O povo da minha terra não estudou meteorologia nem sabe qual a velocidade do som no ar seco ou na humidade.
Aprendeu no joelho da vida e tem sempre razão.
O povo da minha terra fez da vida a sua universidade, do trabalho no campo, na fábrica ou na oficina o seu laboratório e tem sempre razão.
Venha a ciência rejeitar o senso comum, mas o povo da minha terra tem sempre razão.
Rosalina Oliveira