Haverá um Freamunde real e um Freamunde virtual, identificando-se este com os sonhos, as ambições e os projetos que recorram à memória do passado e a alguns silêncios. O vocábulo “bairrismo” vai-se diluindo e afundando na indiferença e no cansaço. E será este o Freamunde real – o de indiferença, do cansaço e também do desânimo?
Acredito que existem questões e causas fraturantes e subjaz a tríade política em que balouçamos, o que provoca uma certa cegueira e faz prostrar o tal bairrismo; levando ao vazio das discussões telúricas com futuro.
O progresso sempre adiado vai-se repercutindo por aí, com sinuosidades e percalços, cheio de empecilhos.
Mas… Freamunde tem passado. Urge avivar a memória e o sentimento para salientar feitos e gentes. Já tentei vasculhar papéis e farrapos e escrever algo para abanar as consciências. Conhecem? Muitos não, eu sei. Apetecia-me glosar os meus silêncios e as concomitantes histórias. Já é tarde. E seria difícil emergir da mediocridade quotidiana (em que me incluo) e que contorna a bandeira desta cidade.
Apetece-me recorrer a Malraux e refleti-lo: “Porquê?” Como seria bom acordar desta letargia e desta inércia e ver tudo a florir, nas coisas e nas pessoas com vontade e empenho no fazer, no pedir, no exigir, no lutar! Sem ódios, sem rivalidades exacerbadas.
É a hora de assumirmos uma atitude de responsabilidade, ou melhor, de corresponsabilidade para que o diálogo e a interação deixem de se submergir e se tornem propícios em termos de futuro.
Levantem-se os conterrâneos. É a hora! Sem alvejar alguém, apenas por nós. Para haver mais identidade entre o Freamunde real e o virtual. O que somos, o que sonhamos, o que queremos…
Por Rosalina Oliveira